segunda-feira, abril 26, 2010

Oscar 2011 - parte três

Melhor Ator: O Rei e o Resto
Agora a situação começa a se complicar por aqui. Existem duas dúzias de filmes com bons atores sendo lançados esse ano, todos com chances de beliscar algum prêmio. Numa primeira tentativa, selecionei 30 nomes com potencial de concorrer a melhor ator principal ou coadjuvante em 2011. 30? Isso não é previsão. Separei daqui, cortei dali, enxuguei, abandonei nomes de peso e fiquei com a lista que segue abaixo. Para se ter uma idéia, cortei nomes como Leonardo DiCaprio, Ed Harris, Johnny Depp, James McAvoy, Sam "Avatar" Worthington, Jake Gyllenhaal, Russel Crowe, Javier Bardem e por aí vai.
De todos os nomes, o único que posso garantir presença na categoria melhor ator principal é Colin Firth. Formado nos palcos londrinos, Firth demorou para conseguir bons papéis em Hollywood. Agora, prestes a completar 50 anos, consegue estrelar três bons filmes seguidos: A Single Man, que lhe garantiu um indicação esse ano; Main Street, a ser lançado esse ano; The King's Speech, projeto talhado para ganhar inúmeros prêmios.
Além de Firth, o jogo está completamente aberto. A seleção que segue é muito mais incerta que a seleção feminina que fiz no post anterior (que, tenho certeza, vou acertar muita coisa). Posso errar todo o resto? Posso. Mas, quem sabe, meus poderes proféticos me ajudam. Vamos lá.

1 - Colin Firth. The King's Speech. Como eu disse, a única barbada da temporada. Colin fará o próprio Rei George VI, que contrata um especialista em oratória para superar sua fobia de falar em público. Uma megareconstituição de época, dirigida por Tom Hooper, que ganhou tudo e mais um pouco com a série para TV John Adams em 2008. E o filme será lançado no final de novembro, timing perfeito para entrar na corrida pelo Oscar.

2 - Geoffrey Rush. The King's Speech. Se uma produção quer ser levada a sério, escalam Geoffrey Rush no elenco. O australiano é sinônimo de boa atuação. Nessa reconstituição de época, Rush fará o especialista em oratória. Difícil não brilhar. Jogo minhas fichas em sua indicação para coadjuvante.

3 - Robert Duvall. Get Low. O nome mais falado no início do ano para concorrer ao Oscar 2011. Na verdade, o filme já estava pronto ano passado mas não foi lançado. O grande risco que Duvall corre é o do esquecimento. Seu filme será lançado em junho, no início do verão americano, a meses de distância da temporada de prêmios - filmes com chances de Oscar costumam ser lançados pelas distribuidoras no final do ano. Veremos se o velho Duvall tem fôlego.

4 - James Franco. 127 Hours; Howl. O segundo nome mais falado da temporada. James Franco é a estrela solitária desse filme, que conta a estória de um alpinista que sofre um acidente em uma escalada e recorre a medidas extremas para conseguir sobreviver. O primeiro projeto de Danny Boyle desde o multivencedor Slumdog Millionaire. Curiosamente, Slumdog ganhou tudo no Oscar em 2009, mas seus atores não foram indicados. Será que Boyle quer provar algo, dirigindo um filme de um homem só, seco, duro e sem a purpurina de Bollywood? Esse ano Franco também está em Howl, filme-cabeça em que interpreta o poeta beat Allan Ginsberg, além de três outros filmes que serão lançados no verão americano, como a comédia romântica Eat Pray Love, encabeçada por ninguém menos que Julia Roberts. Franco tem feito tudo certinho em sua carreira, alternando blockbusters e filmes mais independentes, em que pode mostrar suas habilidades de bom ator. Veremos se será recompensado em 2011.

5 - Josh Brolin. True Grit; Jonah Hex; You Will Meet a Tall Dark Stranger; Wall Street: Money Never Sleeps. Não gosto de Brolin, um ator limitado e inexpressivo. Mas parece que a Academia gosta de sua atuação, digamos, minimalista, e do jeito cowboy tosco de ser do ator. Curiosamente, dois dos quatro filmes que Brolin estrela esse ano são westerns, um deles simplesmente feito para a glória: True Grit, o novo filme dos irmãos Coen, regravação do western de 1969 que rendeu o único Oscar da carreira de John Wayne. Além disso, Brolin está no novo filme de Woody Allen (You Will Meet...) e no novo filme de Oliver Stone (Wall Street). Participando de projetos de três grandes diretores - trato os irmãos Coen como uma pessoa só -, acho difícil Brolin não descolar uma indicação, ao menos de coadjuvante.

6 - Jeff Bridges. True Grit. Pois é, Bridges fará exatamente o papel que deu o Oscar de ator principal a John Wayne. Bridges volta a ser dirigido pelos Coen, parceria que no passado deu origem ao sensacional The Big Lebowski. O Dude não poderia ter escolhido projeto melhor para amarrar seu cavalinho. Agora corre sérios riscos de disputar a estatueta com Colin Firth de novo, como em 2010. Só não sei se leva.

7 - Tom Wilkinson. The Conspirator; the Debt; the Ghost Writer. Wilkinson está em meia dúzia de filmes em 2010 - escolhi apenas três para citar aqui. O ator vem merecendo um oscarzinho desde The Full Monty. Wilkinson não tem papel de destaque em nenhum dos três filmes citados, o que facilita sua indicação para coadjuvante.

8 - Mark Rufallo. The Kids Are All Right; Margaret; Shutter Island; Sympathy For Delicious. Já passou da hora de a Academia reconhecer as qualidades de Ruffalo e promovê-lo ao primeiro escalão de Hollywood. O ator vem ganhando paulatinamente reconhecimento e valor entre seus pares, mas ainda não conseguiu uma indicação ao Oscar. Presente em quatro filmes esse ano, talvez agora consiga. Mas nem tudo são flores em sua corrida para uma indicação. Ele está excelente em Shutter Island, mas o filme foi lançado em fevereiro, longe, muito longe da temporada de prêmios, que só começa no final do ano. Symathy For Delicious é um projeto dirigido e estrelado por Ruffalo e que lhe rendeu prêmio de melhor ator em Sundance esse ano, mas certamente terá distribuição reduzida. Sobra a comédia romântica The Kids Are All Right, que tem grande potencial (falarei mais sobre ele em breve) mas com distribuição prevista para o verão americano - mais uma vez, o problema da distância - e Margaret, que ainda não tem data para ser lançado esse ano. Que os deuses do cinema ajudem Rufallo, porque o calendário de lançamentos certamente não vai.

9 - Sean Penn. The Tree of Life. Penn não gosta da Academia, mas a Academia adora ele. Já ganhou dois Oscars de melhor ator principal nos anos 2000. Se ganhar mais um na mesma categoria, quebrará o recorde da Academia. Por isso mesmo, acho que tem mais chances de ser indicado a coadjuvante. O filme é dirigido e escrito por Terrence Malick, ou seja, falerei dele mais tarde, na seleção dos melhores filmes do ano.

10 - Brad Pitt. The Tree of Life. Não, não me enganei. Pitt pode sim receber uma indicação, provavelmente por coadjuvante. Afinal, é um filme de Malick. Além disso, a Academia gosta dele e quer premiá-lo. Não sei se esse é o projeto certo para que isso aconteça, mas uma indicação pode acontecer.



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