sexta-feira, fevereiro 22, 2008

Oscar 2008 - parte um



Muita gente não tem idéia do que sejam os Academy Awards. Já aquela cerimônia que tomou emprestado o nome do troféu, um homenzinho dourado e careca, todos conhecem: Oscar. Pois é, o apelido pegou.

Na minha casa, não se perde Oscar. Pode-se perder eleições, primárias americanas, apuração das escolas do grupo especial, Páscoa, Ramadã ou especial de fim de ano do Roberto Carlos. Com Oscar não se brinca. Nem se negocia.

Assisti à premiação pela primeira vez em 1986, quando Out of Africa (Entre Dois Amores) foi o grande vencedor (Filme, Diretor, Roteiro Adaptado, e mais uns outros quatro de lambuja). Curiosamente, ganhamos um Oscar naquela noite. Sim, William Hurt ganhou melhor ator com O Beijo da Mulher Aranha. E ninguém vai me convencer que esse filme não é brasileiro: Babenco é o argentino mais brasileiro do mundo do cinema, e o filme tem a Sonia Braga. Repito, Sonia Braga. Não preciso de mais nenhum argumento: ganhamos um Oscar em 1986.

Desde então, venho acompanhando a cerimônia religiosamente. Lembro de quando o dramático "and the winner is" foi substituído pelo politicamente correto "and the Oscar goes to". Foi em 1989. Ano em que o papa-Oscar foi Rain Man, não por acaso um filme bem politicamente correto.

Sou da geração Billy Cristal. Sinto saudades dele. Billy apresentou o Oscar de 1990 a 1993, sem largar o osso, e depois em 1997, 1998, 2000 e 2004. Pra quem não lembra, ou nunca assistiu, Billy começava sempre a cerimônia cantando uma música, um pout pourri de melodias e letras bem humoradas e às vezes escrachadamente engraçadas que remetiam aos candidatos a melhor filme do ano. Não esqueço o ano em que um dos candidatos era The Crying Game (Traídos pelo Desejo), e Billy, a cada trinta segundos, se referia ao filme segurando as partes - quem já viu o filme, entendeu a piada, quem não viu, veja, é excelente, um drama de primeira. Pra mim, mestre de cerimônias do Oscar é o Billy Cristal, assim como o papa é e sempre será o Jõao Paulo II.

Esse ano, octagésima cerimônia, uma seleção surpreendentemente boa. Nenhum filme genial, que ficará para a história do cinema, mas muita coisa boa. Segue abaixo as indicações para as principais categorias. No próximo post eu falo sobre cada um dos indicados.


MELHOR FILME:
Atonement
Juno
Michael Clayton
No Country for Old Men
There Will Be Blood

MELHOR DIREÇÃO:

Paul Thomas Anderson, por There Will Be Blood
Ethan Coen, Joel Coen, por No Country for Old Men
Tony Gilroy, por for Michael Clayton
Jason Reitman, por Juno
Julian Schnabel, por Le Scaphandre et le papillon

MELHOR ATRIZ:

Cate Blanchett, por Elizabeth: The Golden Age
Julie Christie, por Away from Her
Marion Cotillard, por Môme, La
Laura Linney, por The Savages
Ellen Page, por Juno

MELHOR ATOR:

George Clooney, por Michael Clayton
Daniel Day-Lewis, por There Will Be Blood
Johnny Depp, por Sweeney Todd: The Demon Barber of Fleet Street
Tommy Lee Jones, por In the Valley of Elah
Viggo Mortensen, por Eastern Promises

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE:

Cate Blanchett, por I'm Not There
Ruby Dee, por American Gangster
Saoirse Ronan, por Atonement
Amy Ryan, por Gone Baby Gone
Tilda Swinton, por Michael Clayton

MELHOR ATOR COADJUVANTE:

Casey Affleck, por The Assassination of Jesse James by the Coward Robert Ford
Javier Bardem, por No Country for Old Men
Philip Seymour Hoffman, por Charlie Wilson's War
Hal Holbrook, por Into the Wild
Tom Wilkinson, por Michael Clayton

MELHOR ROTEIRO ORIGINAL:

Juno: Diablo Cody
Lars and the Real Girl: Nancy Oliver
Michael Clayton: Tony Gilroy
Ratatouille: Brad Bird, Jan Pinkava, Jim Capobianco
The Savages: Tamara Jenkins

MELHOR ROTEIRO ADAPTADO:

Atonement: Christopher Hampton
Away from Her: Sarah Polley
Le Scaphandre et le papillon: Ronald Harwood
No Country for Old Men: Joel Coen, Ethan Coen
There Will Be Blood: Paul Thomas Anderson

Marcadores: ,

Follow gugsweber on Twitter eXTReMe Tracker