sexta-feira, janeiro 28, 2011

Oscar 2011 - parte oito

 Surpesas parte 2 - Sundance Rules!

Nesse momento, o mundo do cinema está com olhos voltados para Park City. Onde? Pois é. Essa pequena cidade vizinha a Salt Lake City, capital de Utah, entrou no mapa do cinema quando  um pequeno festival de cinema chamado US Film Festival foi transformado em 1985 no Sundance Film Festival, graças aos esforços de Robert Redford.
Quem imaginaria que, 25 anos depois, os premiados no festival seriam aposta para as indicações do Oscar do ano seguinte. Pois é exatamente isso que vem ocorrendo. Sim, eu sei, não é novidade. Ano passado mesmo, Precious, Education e The Cove haviam sido premiados em Sundance 2009. Mas nunca tantos filmes fizeram esse caminho.
Três dos cinco documentários indicados no Oscar 2011 foram premiados em 2010 no Sundance Film Festival: Lixo Extraordinário (Audience Award); Restrepo (Grand Jury Prize); GasLand (Special Jury Prize).
Mas não é só isso.
Um dos dez indicados a melhor filme do Oscar 2011 venceu o Grand Jury Prize de ficção em Sundace: Winter's Bone. O filme ainda foi indicado a atriz, ator coadjuvante e roteiro adaptado. Total, quatro indicações para o Oscar.
O filme mais comentado fora de competição em Sundance 2010 também foi indicado a melhor filme no Oscar 2011: The Kids Are All Right. O filme ainda conseguiu indicações para a atriz, ator coadjuvante e roteiro original. Total, quatro indicações para o Oscar.
Para completar, o vencedor do Grand Jury Prize categoria World Cinema em Sundance 2010 ainda conseguiu uma indicação na categoria melhor atriz coadjuvante no Oscar 2011: Jacki Weaver em Animal Kindgom.
São filmes pequenos, de orçamento mais que modesto. Winter's Bone gastou apenas 2 milhões de dólares em sua produção. The Kids, 4 mihões - o mesmo que Animal Kingdom. O orçamento de The Fighter, por exemlo, passou os 20 milhões.
Seis filmes independentes, de orçamento baixo, premiados em Sundance 2010, que chegam no Oscar 2011.
Robert Redford deve estar rindo a toa.

quinta-feira, janeiro 27, 2011

Oscar 2011 - parte sete

Surpresas parte 1 - No que você está pensando agora?

Ele veio como um vendaval. Poucos acreditavam nele no início do ano. Em algumas listas, sequer entrava. Eu não dava menor bola, mesmo com David Fincher e Kevin Spacey no projeto. De repente, em meados de junho, seu trailer apareceu na internet e todos se arrepiaram com ao ouvir Creep do Radiohead. Poucos meses depois, o filme sobre o mais jovem bilionário do mundo ganhava a América, os críticos de cinema, o mundo.
É uma história de sucesso? Sim. Real? Sim. É sobre a América e os americanos, sim. Mas não é o filme de uma geração, nem uma obra prima sobre ambição e traição. É um filme muito bom, um exercício de direção impecável de Fincher, uma edição e um roteiro milagrosos - capazes de fazer uma história pouco atraente render duas horas de grande cinema. E um personagem construído de maneira corajosa e original por Jesse Eisenberg - a melhor atuação masculina do ano, junto com Colin Firth.
Bem, como eu não vi tudo isso antes? Biopics são muito traiçoeiras. Ainda mais sobre um garoto de 20 anos de idade. Ainda que um bilionário, não deixava de ser a história de um nerd que tem como paixão e genialidade criar programas de computador. Pois é, eu não conseguia imaginar isso dar certo na tela de cinema.
Eu estava errado e Fincher e Spacey - o produtor executivo - certos. E The Social Network passou a ser o filme mais bem avaliado de 2010 nos EUA. E Mark Zuckerberg foi eleito a personalidade do ano pela revista Time.
The Social Network recebeu 8 indicações para o Oscar. Tem chances com Fincher (direção), Aaron Sorkin (roteiro adaptado) e Trent Reznor (trilha). Não vai fazer história, talvez sequer ganhe um Oscar. Mas é um bom filme e merece, até certo ponto, todo o hype em torno dele.
Zuckerberg agradece.



terça-feira, janeiro 25, 2011

Oscar 2011 - parte seis

Nove meses depois

Em 25 de abril de 2010, os dados rolaram nesse blog. Apostei. Apostei alto. O que fiz? Citei 10 filmes (na verdade, roubei e indiquei 11), 10 atrizes (idem, mas abusei ainda mais e citei 12) e 10 atores que concorreriam para o Oscar 2011. Em abril do ano passado, nenhum dos filmes indicados por mim havia sequer estreado nos EUA - muito menos aqui, abaixo do equador. Não me lembro de muita gente fazer isso, ao menos não com tanta antecedência.
Qual foi o resultado? Acertei cinco:
The King's Speech, True Grit, The Kids Are All Right, Toy Story 3 e Inception.
Peço que levem em consideração que três das minhas indicações - The Tree of Life, Jane Eyre e The Conspirator - ainda não foram lançadas no mercado dos EUA, ficaram para 2011, como mencionei recentemente aqui. Ou seja, nem concorreram - concorrerão, talvez, ao Oscar 2012.
Como foi possível? Pai Gustavo lê o futuro? Tenho uma Hot Tub Time Machine? Sou o Nicolas Cage? Não, nada de máquinas fantásticas ou poderes especiais. Há algumas explicações para os acertos. Vamos a elas:
1 - Temos Vagas.
Desde o Oscar 2010, dez filmes passaram a ser indicados a melhor produção. A mudança aumentou sensivelmente a chance de acerto. No caso desse ano que passou, por exemplo, em que a safra de filmes não foi nada espetacular, não foi cometida nenhuma injustiça. Talvez o filme do Ben Afleck, The Town? Ou Alice in Wonderland? Convenhamos, não indicá-los não é nenhuma injustiça. Talvez Animal Kingdom pudesse estar na seleção, mas a cota de filmes alternativos já estava preenchida - Winter's Bone, The Kids Are All Right.
2 - Filmes lançados no fim do ano têm mais chances.
127 hours e King's Speech, lançados em novembro. Black Swan, The Fighter, True Grit, dezembro. Metade dos filmes indicados - a cota já foi percentualmente maior, quando eram apenas cinco vagas. Isso não é novidade. Filmes são pré-produzidos, produzidos, lançados e distribuídos pensando-se na temporada de prêmios, e, em especial, no Oscar. Isso acontece desde sempre: blockbusters são lançados nas férias de verão dos EUA, entre junho e setembro; filmes mais profundos, dramáticos, com atuações mais elaboradas, temáticas adultas (o que quer que seja tudo isso) ficam para o final do ano, entre novembro e o ano novo. E assim é que é, desde que a cerimônia do Oscar estabeleceu-se ali entre meados de fevereiro e início de março. E desde o Oscar de Mutiny on the Bounty, no distante ano de 1936, os filmes do final do ano são mais premiados, ou ao menos mais indicados. 
3 - Preferências por gêneros.
Não diria que existe receita para ganhar o Oscar, mas a Academia tem preferências facilmente identificáveis. Exemplo: um excelente western será certamente indicado; um excelente filme de terror provavelmente não. Entenderam? Há implicâncias. Outro exemplo: um excelente épico será indicado, uma excelente comédia (comédia pura, rasgada) provavelmente não. A Academia é assim. Gosta de dramas, gosta muito de épicos, ama histórias de superação (ainda mais quando verídicas), adora histórias de realeza e de aristocracia decadente (principalmente britânica), e venera filmes sobre a América e os americanos. Não é muito fã de comédias, principalmente comédias rasas, torce o nariz para filmes de terror, morre de medo de filmes com muitos efeitos e poucos atores, ignora filmes de ação ou filmes pipoca, tem sérias reservas a filmes sci-fi. A mudança para dez filmes tem permitido que as ovelhas negras - filmes de terror/suspense, filmes de ação/pipoca, filmes de efeitos/pirotecnia - sejam lembradas, vide Avatar, Inception, Black Swan, District 9. Mas a mudança nos leva ao quarto ponto.
4 - Cinco é pouco, dez é demais
A pergunta verdadeira é: o mercado americano produz 10 filmes muito bons (o certo seria excelentes, mas estou sendo razoável aqui) todo o ano? A resposta é: hoje em dia, não. Por isso mesmo é fácil identificar pelo menos alguns futuros indicados. Basta saber que o filme é muito bom. Em resumo, apesar de ser um mercado que lança centenas de filmes por ano, a concorrência para o Oscar é pequena - são poucos filmes que merecem ser lembrados.
5 - Predileção ou bem-vindo ao clube
A Academia não gosta de nomes novos, em geral. Particularmente diretores e atores (homens). Gosta de ser levada a sério e de gente (atores e diretores) que se leva a sério. Não gosta de fanfarrões, blasés e alternativos, tem um pé atrás quanto a badboys. A Academia adora vencedores. Adora histórias de superação, adora retornos triunfais. A Academia se arrisca mais com indicações para atrizes, aposta em nomes novos ou até mesmo desconhecidas. Não faz isso com atores. Machismo? De certo modo, sim: atores conseguem grandes papéis mesmo mais velhos, o que ocorre menos com atrizes. Seus votantes são, em sua maioria, democratas moradores de Los Angeles. Gostam de quem gosta deles. É um clube, pessoal. Tem mais chances quem já é do clube. E ainda mais chances quem faz sucesso no clube.

Levando-se em conta tudo isso e tendo uma lista de lançamentos para o ano, é, sim, possível prever os indicados, ou parte deles.  Mas também é sempre interessante ser surpreendido, e, acreditem, fui surpreendido.
Mais sobre isso a seguir. ;-)

quinta-feira, janeiro 06, 2011

todos os eus e mais alguns - parte XIII

- It wasn`t meant to be. Me and her. You know. We... what?
- Your telling me this cause you wanna convince yourself, convince me, us two or you are just making a conversation.
- Yep.
- ??
- Yes. All that and stuff.
- ...
- And, you know what, we didn`t even have a song.
- Sorry, what?
- Like, a song, you know, that would remind us us, together, a couple... Well, you know, a song...
- Yeah yeah I get it I get it. Let me tell you something, man: this thing, having a song and stuff, is completely overrated.
- Dude...
- Yeah, trust me. Completely.
- Dude, I`ve been here for two hours and whenever I say something was lacking in my marriage you come with this "completely overrated" stuff. C`mon! Everything is overrated?
- No...
- So...?
- Well...
- Waiting...
- Like...
- ... see...?
- No, I mean... sex. Sex is important.
- Ok. You, me and six bilion people know that.
- Magic.
- ??
- Yeap. Magic, you know, a little magic going on. Like something bonding you two, something mysterious, inexplicable, something you just can't understand but it's there. Magic.
- Yep. Magic and love, together. That's gay, dude. Ok, gay version of Gandalf, I'll buy it. That's two. Sex, magic. Carry on.
- Well, you know... maybe... sugar.
- What??
- Yeah, sugar. Some tenderness, some sugar, you know. Something sweet and...
- Wait. Wait. You are not...? No, I can`t believe it. Are you quoting Red Hot Chili Peppers song? Is that it? Oh no! What were you gonna say next, blood?
- Well, if you're into some S&M...

(to be continued)
(thanks for keep waiting)
(next posts in portuguese)

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