sábado, maio 26, 2007

ainda cannes - quinto do quentin, seu jorge e seu tomello

Tarantino encarnando seu alterego mais famoso, o tenista Roger Federer

Aproveitando a semana Cannes, que termina amanhã, domingo, com o anúncio de quem leva a folhinha de ouro. Quentin Tarantino concorre esse ano com "Death Proof", aquele filme que ele cortou daqui, reduziu ali, transformou num média-metragem, juntou com outro filme curto, do Robert "El Mariachi Sin City" Rodriguez, e lançou nos EUA em versão combo com o nome "Grindhouse". Parece que o projeto dois em um foi um fracasso por lá, principalmente pela enxugada forçada que ele fez no próprio filme. Isso porque a versão completa, uma hora maior - e sem o filme do Rodriguez -, fez um baita sucesso em Cannes.
Gosto muito de Tarantino. Como o Eduardo Valente explica em sua resenha, a razão talvez seja a sinceridade. Tarantino não se inspira em filmes B dos anos setenta, romances policiais ultra-pulp e mangás sanguinolentos para ser cool ou fazer estilo. Ele realmente gosta dessa cultura junk food e percebe muito bem a presença dela em nosso dia a dia. E acaba traduzindo aquilo tudo para o cinema como nenhum outro.
Antes que o resultado da Palma de Ouro saia, com a provável derrota do quinto filme de Quentin, faço aqui uma rapidíssima homenagem a ele. Ano passado um curta fez sucesso pelos festivais brasileiros. Estrelado por Selton Mello e Seu Jorge, "Tarantino's Mind" poderia facilmente ter saído de "Coffee and Cigarettes" do Jim Jarmush. Ou ter sido dirigido pelo próprio Quentin. Os dois atores brasileiros estão impagáveis como caricaturas... deles mesmos. Vale a pena dar uma olhada. E salvar entre os favoritos.

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domingo, maio 20, 2007

impressões impressionantes - run, natalie, run

Como todos sabem, estamos em semana Cannes - bom, todos os cinólatras como eu (eu sei que cinólatra diz respeito a cachorro, mas, ei, me dêem um pouco de liberdade aqui). Ano passado, o festival apresentou um filme chamado "Paris, je t'aime", na verdade, uma coletânea de 18 curtas dirigidos por grandes nomes, como os irmãos Cohen, Gus Van Sant, Alfonso Cuarón, Olivier Assayas, nossa dupla dinâmica Walter Salles & Daniela Thomas, e por aí vai. Esse ano, repetiram a fórmula, e lançaram hoje pela manhã o filme "Chacun son cinemá", com 33 episódios, cada um dirigido por um cineasta. Mais uma vez, Waltinho tem um segmento dele, e parece que fez sucesso, mesmo em meio a colaboradores como Wim Wenders, Polanski e Ken Loach. Infelizmente, esse post não é sobre "Chacun son Cinemá". Não estou em Cannes e não gravei o filme com minha câmera escondida debaixo do casaco. Falo aqui de "Paris, je t'aime", de 2006.
O filme passou por alguns festivais no Brasil, mas nunca entrou em cartaz por aqui, vá entender. Apesar de desigual, alguns curtas merecem uma olhada. Como esse que passo pra vocês, "Faubourg Saint-Denis", assinado por Tom Tykwer, famoso por seu "Corra Lola". Nele, Tykwer mostra o rompimento de uma relação entre o francês Thomas e a americana Francine (Natalie Portman, sempre linda). Tykwer utiliza algo semelhante ao ritmo acelerado de Corra Lola para contar a estória dos dois, mas, não, não é mera reciclagem, o estilo acaba caindo como uma luva para um curta. A espiral de acontecimentos e repetições nos captura sem grandes esforços e consegue traduzir a estória de um casal de forma simples e sensível. Mais não digo, afinal, é um curta, ou seja, para curtir - ui. Para aqueles que já viram, não custa rever. Para os que não viram, um pouquinho de Tykwer e Natalie Portman não faz mal a ninguém. Bon App.

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