sexta-feira, janeiro 28, 2011
Surpesas parte 2 - Sundance Rules!
Nesse momento, o mundo do cinema está com olhos voltados para Park City. Onde? Pois é. Essa pequena cidade vizinha a Salt Lake City, capital de Utah, entrou no mapa do cinema quando um pequeno festival de cinema chamado US Film Festival foi transformado em 1985 no Sundance Film Festival, graças aos esforços de Robert Redford.
Quem imaginaria que, 25 anos depois, os premiados no festival seriam aposta para as indicações do Oscar do ano seguinte. Pois é exatamente isso que vem ocorrendo. Sim, eu sei, não é novidade. Ano passado mesmo, Precious, Education e The Cove haviam sido premiados em Sundance 2009. Mas nunca tantos filmes fizeram esse caminho.
Três dos cinco documentários indicados no Oscar 2011 foram premiados em 2010 no Sundance Film Festival: Lixo Extraordinário (Audience Award); Restrepo (Grand Jury Prize); GasLand (Special Jury Prize).
Mas não é só isso.
Um dos dez indicados a melhor filme do Oscar 2011 venceu o Grand Jury Prize de ficção em Sundace: Winter's Bone. O filme ainda foi indicado a atriz, ator coadjuvante e roteiro adaptado. Total, quatro indicações para o Oscar.
O filme mais comentado fora de competição em Sundance 2010 também foi indicado a melhor filme no Oscar 2011: The Kids Are All Right. O filme ainda conseguiu indicações para a atriz, ator coadjuvante e roteiro original. Total, quatro indicações para o Oscar.
Para completar, o vencedor do Grand Jury Prize categoria World Cinema em Sundance 2010 ainda conseguiu uma indicação na categoria melhor atriz coadjuvante no Oscar 2011: Jacki Weaver em Animal Kindgom.
São filmes pequenos, de orçamento mais que modesto. Winter's Bone gastou apenas 2 milhões de dólares em sua produção. The Kids, 4 mihões - o mesmo que Animal Kingdom. O orçamento de The Fighter, por exemlo, passou os 20 milhões.
Seis filmes independentes, de orçamento baixo, premiados em Sundance 2010, que chegam no Oscar 2011.
Robert Redford deve estar rindo a toa.
quinta-feira, janeiro 27, 2011
Oscar 2011 - parte sete
Surpresas parte 1 - No que você está pensando agora?
Ele veio como um vendaval. Poucos acreditavam nele no início do ano. Em algumas listas, sequer entrava. Eu não dava menor bola, mesmo com David Fincher e Kevin Spacey no projeto. De repente, em meados de junho, seu trailer apareceu na internet e todos se arrepiaram com ao ouvir Creep do Radiohead. Poucos meses depois, o filme sobre o mais jovem bilionário do mundo ganhava a América, os críticos de cinema, o mundo.
É uma história de sucesso? Sim. Real? Sim. É sobre a América e os americanos, sim. Mas não é o filme de uma geração, nem uma obra prima sobre ambição e traição. É um filme muito bom, um exercício de direção impecável de Fincher, uma edição e um roteiro milagrosos - capazes de fazer uma história pouco atraente render duas horas de grande cinema. E um personagem construído de maneira corajosa e original por Jesse Eisenberg - a melhor atuação masculina do ano, junto com Colin Firth.
Bem, como eu não vi tudo isso antes? Biopics são muito traiçoeiras. Ainda mais sobre um garoto de 20 anos de idade. Ainda que um bilionário, não deixava de ser a história de um nerd que tem como paixão e genialidade criar programas de computador. Pois é, eu não conseguia imaginar isso dar certo na tela de cinema.
Eu estava errado e Fincher e Spacey - o produtor executivo - certos. E The Social Network passou a ser o filme mais bem avaliado de 2010 nos EUA. E Mark Zuckerberg foi eleito a personalidade do ano pela revista Time.
The Social Network recebeu 8 indicações para o Oscar. Tem chances com Fincher (direção), Aaron Sorkin (roteiro adaptado) e Trent Reznor (trilha). Não vai fazer história, talvez sequer ganhe um Oscar. Mas é um bom filme e merece, até certo ponto, todo o hype em torno dele.
Zuckerberg agradece.
terça-feira, janeiro 25, 2011
Oscar 2011 - parte seis
Nove meses depois
Em 25 de abril de 2010, os dados rolaram nesse blog. Apostei. Apostei alto. O que fiz? Citei 10 filmes (na verdade, roubei e indiquei 11), 10 atrizes (idem, mas abusei ainda mais e citei 12) e 10 atores que concorreriam para o Oscar 2011. Em abril do ano passado, nenhum dos filmes indicados por mim havia sequer estreado nos EUA - muito menos aqui, abaixo do equador. Não me lembro de muita gente fazer isso, ao menos não com tanta antecedência.
Qual foi o resultado? Acertei cinco:
The King's Speech, True Grit, The Kids Are All Right, Toy Story 3 e Inception.
Peço que levem em consideração que três das minhas indicações - The Tree of Life, Jane Eyre e The Conspirator - ainda não foram lançadas no mercado dos EUA, ficaram para 2011, como mencionei recentemente aqui. Ou seja, nem concorreram - concorrerão, talvez, ao Oscar 2012.
Como foi possível? Pai Gustavo lê o futuro? Tenho uma Hot Tub Time Machine? Sou o Nicolas Cage? Não, nada de máquinas fantásticas ou poderes especiais. Há algumas explicações para os acertos. Vamos a elas:
1 - Temos Vagas.
Desde o Oscar 2010, dez filmes passaram a ser indicados a melhor produção. A mudança aumentou sensivelmente a chance de acerto. No caso desse ano que passou, por exemplo, em que a safra de filmes não foi nada espetacular, não foi cometida nenhuma injustiça. Talvez o filme do Ben Afleck, The Town? Ou Alice in Wonderland? Convenhamos, não indicá-los não é nenhuma injustiça. Talvez Animal Kingdom pudesse estar na seleção, mas a cota de filmes alternativos já estava preenchida - Winter's Bone, The Kids Are All Right.
2 - Filmes lançados no fim do ano têm mais chances.
127 hours e King's Speech, lançados em novembro. Black Swan, The Fighter, True Grit, dezembro. Metade dos filmes indicados - a cota já foi percentualmente maior, quando eram apenas cinco vagas. Isso não é novidade. Filmes são pré-produzidos, produzidos, lançados e distribuídos pensando-se na temporada de prêmios, e, em especial, no Oscar. Isso acontece desde sempre: blockbusters são lançados nas férias de verão dos EUA, entre junho e setembro; filmes mais profundos, dramáticos, com atuações mais elaboradas, temáticas adultas (o que quer que seja tudo isso) ficam para o final do ano, entre novembro e o ano novo. E assim é que é, desde que a cerimônia do Oscar estabeleceu-se ali entre meados de fevereiro e início de março. E desde o Oscar de Mutiny on the Bounty, no distante ano de 1936, os filmes do final do ano são mais premiados, ou ao menos mais indicados.
3 - Preferências por gêneros.
Não diria que existe receita para ganhar o Oscar, mas a Academia tem preferências facilmente identificáveis. Exemplo: um excelente western será certamente indicado; um excelente filme de terror provavelmente não. Entenderam? Há implicâncias. Outro exemplo: um excelente épico será indicado, uma excelente comédia (comédia pura, rasgada) provavelmente não. A Academia é assim. Gosta de dramas, gosta muito de épicos, ama histórias de superação (ainda mais quando verídicas), adora histórias de realeza e de aristocracia decadente (principalmente britânica), e venera filmes sobre a América e os americanos. Não é muito fã de comédias, principalmente comédias rasas, torce o nariz para filmes de terror, morre de medo de filmes com muitos efeitos e poucos atores, ignora filmes de ação ou filmes pipoca, tem sérias reservas a filmes sci-fi. A mudança para dez filmes tem permitido que as ovelhas negras - filmes de terror/suspense, filmes de ação/pipoca, filmes de efeitos/pirotecnia - sejam lembradas, vide Avatar, Inception, Black Swan, District 9. Mas a mudança nos leva ao quarto ponto.
4 - Cinco é pouco, dez é demais
A pergunta verdadeira é: o mercado americano produz 10 filmes muito bons (o certo seria excelentes, mas estou sendo razoável aqui) todo o ano? A resposta é: hoje em dia, não. Por isso mesmo é fácil identificar pelo menos alguns futuros indicados. Basta saber que o filme é muito bom. Em resumo, apesar de ser um mercado que lança centenas de filmes por ano, a concorrência para o Oscar é pequena - são poucos filmes que merecem ser lembrados.
5 - Predileção ou bem-vindo ao clube
A Academia não gosta de nomes novos, em geral. Particularmente diretores e atores (homens). Gosta de ser levada a sério e de gente (atores e diretores) que se leva a sério. Não gosta de fanfarrões, blasés e alternativos, tem um pé atrás quanto a badboys. A Academia adora vencedores. Adora histórias de superação, adora retornos triunfais. A Academia se arrisca mais com indicações para atrizes, aposta em nomes novos ou até mesmo desconhecidas. Não faz isso com atores. Machismo? De certo modo, sim: atores conseguem grandes papéis mesmo mais velhos, o que ocorre menos com atrizes. Seus votantes são, em sua maioria, democratas moradores de Los Angeles. Gostam de quem gosta deles. É um clube, pessoal. Tem mais chances quem já é do clube. E ainda mais chances quem faz sucesso no clube.
Levando-se em conta tudo isso e tendo uma lista de lançamentos para o ano, é, sim, possível prever os indicados, ou parte deles. Mas também é sempre interessante ser surpreendido, e, acreditem, fui surpreendido.
Mais sobre isso a seguir. ;-)
The King's Speech, True Grit, The Kids Are All Right, Toy Story 3 e Inception.
Peço que levem em consideração que três das minhas indicações - The Tree of Life, Jane Eyre e The Conspirator - ainda não foram lançadas no mercado dos EUA, ficaram para 2011, como mencionei recentemente aqui. Ou seja, nem concorreram - concorrerão, talvez, ao Oscar 2012.
Como foi possível? Pai Gustavo lê o futuro? Tenho uma Hot Tub Time Machine? Sou o Nicolas Cage? Não, nada de máquinas fantásticas ou poderes especiais. Há algumas explicações para os acertos. Vamos a elas:
1 - Temos Vagas.
Desde o Oscar 2010, dez filmes passaram a ser indicados a melhor produção. A mudança aumentou sensivelmente a chance de acerto. No caso desse ano que passou, por exemplo, em que a safra de filmes não foi nada espetacular, não foi cometida nenhuma injustiça. Talvez o filme do Ben Afleck, The Town? Ou Alice in Wonderland? Convenhamos, não indicá-los não é nenhuma injustiça. Talvez Animal Kingdom pudesse estar na seleção, mas a cota de filmes alternativos já estava preenchida - Winter's Bone, The Kids Are All Right.
2 - Filmes lançados no fim do ano têm mais chances.
127 hours e King's Speech, lançados em novembro. Black Swan, The Fighter, True Grit, dezembro. Metade dos filmes indicados - a cota já foi percentualmente maior, quando eram apenas cinco vagas. Isso não é novidade. Filmes são pré-produzidos, produzidos, lançados e distribuídos pensando-se na temporada de prêmios, e, em especial, no Oscar. Isso acontece desde sempre: blockbusters são lançados nas férias de verão dos EUA, entre junho e setembro; filmes mais profundos, dramáticos, com atuações mais elaboradas, temáticas adultas (o que quer que seja tudo isso) ficam para o final do ano, entre novembro e o ano novo. E assim é que é, desde que a cerimônia do Oscar estabeleceu-se ali entre meados de fevereiro e início de março. E desde o Oscar de Mutiny on the Bounty, no distante ano de 1936, os filmes do final do ano são mais premiados, ou ao menos mais indicados.
3 - Preferências por gêneros.
Não diria que existe receita para ganhar o Oscar, mas a Academia tem preferências facilmente identificáveis. Exemplo: um excelente western será certamente indicado; um excelente filme de terror provavelmente não. Entenderam? Há implicâncias. Outro exemplo: um excelente épico será indicado, uma excelente comédia (comédia pura, rasgada) provavelmente não. A Academia é assim. Gosta de dramas, gosta muito de épicos, ama histórias de superação (ainda mais quando verídicas), adora histórias de realeza e de aristocracia decadente (principalmente britânica), e venera filmes sobre a América e os americanos. Não é muito fã de comédias, principalmente comédias rasas, torce o nariz para filmes de terror, morre de medo de filmes com muitos efeitos e poucos atores, ignora filmes de ação ou filmes pipoca, tem sérias reservas a filmes sci-fi. A mudança para dez filmes tem permitido que as ovelhas negras - filmes de terror/suspense, filmes de ação/pipoca, filmes de efeitos/pirotecnia - sejam lembradas, vide Avatar, Inception, Black Swan, District 9. Mas a mudança nos leva ao quarto ponto.
4 - Cinco é pouco, dez é demais
A pergunta verdadeira é: o mercado americano produz 10 filmes muito bons (o certo seria excelentes, mas estou sendo razoável aqui) todo o ano? A resposta é: hoje em dia, não. Por isso mesmo é fácil identificar pelo menos alguns futuros indicados. Basta saber que o filme é muito bom. Em resumo, apesar de ser um mercado que lança centenas de filmes por ano, a concorrência para o Oscar é pequena - são poucos filmes que merecem ser lembrados.
5 - Predileção ou bem-vindo ao clube
A Academia não gosta de nomes novos, em geral. Particularmente diretores e atores (homens). Gosta de ser levada a sério e de gente (atores e diretores) que se leva a sério. Não gosta de fanfarrões, blasés e alternativos, tem um pé atrás quanto a badboys. A Academia adora vencedores. Adora histórias de superação, adora retornos triunfais. A Academia se arrisca mais com indicações para atrizes, aposta em nomes novos ou até mesmo desconhecidas. Não faz isso com atores. Machismo? De certo modo, sim: atores conseguem grandes papéis mesmo mais velhos, o que ocorre menos com atrizes. Seus votantes são, em sua maioria, democratas moradores de Los Angeles. Gostam de quem gosta deles. É um clube, pessoal. Tem mais chances quem já é do clube. E ainda mais chances quem faz sucesso no clube.
Levando-se em conta tudo isso e tendo uma lista de lançamentos para o ano, é, sim, possível prever os indicados, ou parte deles. Mas também é sempre interessante ser surpreendido, e, acreditem, fui surpreendido.
Mais sobre isso a seguir. ;-)
quinta-feira, janeiro 06, 2011
todos os eus e mais alguns - parte XIII
- It wasn`t meant to be. Me and her. You know. We... what?
- Your telling me this cause you wanna convince yourself, convince me, us two or you are just making a conversation.
- Yep.
- ??
- Yes. All that and stuff.
- ...
- And, you know what, we didn`t even have a song.
- Sorry, what?
- Like, a song, you know, that would remind us us, together, a couple... Well, you know, a song...
- Yeah yeah I get it I get it. Let me tell you something, man: this thing, having a song and stuff, is completely overrated.
- Dude...
- Yeah, trust me. Completely.
- Dude, I`ve been here for two hours and whenever I say something was lacking in my marriage you come with this "completely overrated" stuff. C`mon! Everything is overrated?
- No...
- So...?
- Well...
- Waiting...
- Like...
- ... see...?
- No, I mean... sex. Sex is important.
- Ok. You, me and six bilion people know that.
- Magic.
- ??
- Yeap. Magic, you know, a little magic going on. Like something bonding you two, something mysterious, inexplicable, something you just can't understand but it's there. Magic.
- Yep. Magic and love, together. That's gay, dude. Ok, gay version of Gandalf, I'll buy it. That's two. Sex, magic. Carry on.
- Well, you know... maybe... sugar.
- What??
- Yeah, sugar. Some tenderness, some sugar, you know. Something sweet and...
- Wait. Wait. You are not...? No, I can`t believe it. Are you quoting Red Hot Chili Peppers song? Is that it? Oh no! What were you gonna say next, blood?
- Well, if you're into some S&M...
(to be continued)
(thanks for keep waiting)
(next posts in portuguese)
sexta-feira, dezembro 31, 2010
Oscar 2011 - o que ficou para o ano que vem
Caros, antes de voltar a publicar novidades por aqui, vai uma observação para minhas apostas feitas em abril. Como vocês vêem, alguns filmes que eu listei não vêm aparecendo em premiações, como Globo de Ouro ou SAG. Isso porque eles simplesmente não foram lançados no mercado americano. Exatamente. Por decisão dos produtores ou distribuidores, ou porque de fato não ficaram prontos a tempo, quatro excelentes filmes passaram para 2011. Será que serão lembrados na minha lista para o Oscar 2012? :-)
Estrelado por Mia "Alice in Wonderland" Wasikowska, Michael "Inglorious Basterds" Fassbender e Dame Judi Dench, vai estrear nos EUA em março. Época perigosa, demasiado longe para pensar em premiações nos EUA, que ocorrem entre dezembro e fevereiro. Ainda assim, o livro de Charlotte Brontë é ótimo, misturando mistério, romance e atmosfera gótica. Entretenimento garantido.
O novo filme de Gus Van Sant conta a história de uma jovem em estado terminal que se apaixona por um garoto esquisitão que adora ir a funerais, e o encontro deles com o fantasma de um piloto kamikaze da II Guerra. Mal posso esperar! Quem faz o papel da menina? Ela mesmo: Mia Wasikowska. O filme ficou pronto apenas agora. O boato atual é que pode entrar na seleção oficial de Cannes. Isso depende de um zilhão de fatores, mas é fato que Cannes adora Van Sant - Elephant ganhou a Palma de Ouro em 2003, Paranoid Park ganhou um prêmio especial em 2007. Eu aposto em Van Sant e Mia desfilando na Croisette.
Continuo com expectativas por esse filme, que estreará nos EUA em abril. Redford na direção não é garantia de nada. Mas continuo apostando no filme por seu elenco, com James McAvoy, Tom Wilkinson, Kevin Kline e Evan Rachel Wood. O assunto - presidente Abraham Lincoln - vai ficar em voga um bom tempo, principalmente pela seguinte notícia, essa sim mais bombástica: Steven Spielberg irá dirigir uma biografia sobre Lincoln, e parece que já escolheu o ator para o desafio, Daniel Day-Lewis. Isso sim é algo pelo qual vale esperar.
A Fox Searchlight vai lançar o filme em Cannes, fora de competição. O filme deve estrear em seguida no mercado americano. Segundo as notícias mais recentes, a distribuidora quer fazer do filme um evento, tentando capitalizar ao máximo com a presença de Brad Pitt como um dos protagonistas. Terrence Malick, como eu disse logo antes, é um mistério. Mas uma coisa seus filmes não são: blockbusters. Capitalizar com Brad Pitt? A conferir.
Um feliz 2011 para nós.
segunda-feira, abril 26, 2010
Oscar 2011 - parte quatro
Melhor Filme: O Rei Gago vs Dude Wayne
Como o subtítulo já indica, dois filmes concorrerão palmo a palmo ao Oscar de melhor filme nos Academy Awards de 2011. Os outros oito filmes, ao meu ver, farão figuração. Não são filmes fracos os restantes, muito pelo contrário. Mas os dois nasceram com estrela. Quem vencerá, não sei dizer. Pode ser a consagração final dos Irmãos Cinema, os Coen. Pode ser a ascenção de uma nova estrela, Tom Hooper. Há, sempre, uma pedra no caminho. Nesse caso, uma árvore. The Tree of Life parece ser o único filme capaz de mudar meu prognóstico. Mas Malick já decepcionou antes - lembrem-se de The New World, seu último filme. Por isso mesmo, não está no título desse post. Em dez meses, veremos quem ganhou.
1 - The King's Speech. Dirigido por Tom Hooper, que faturou quatro Globos de Ouro com sua mini-série John Adams. Estrelado pelo recém-indicado Colin Firth, o oscarizado Geoffrey Rush, além de Michael Gambon, Guy Pearce e Helena Bonham Carter. Além de melhor filme, direção e as categorias de ator e atriz principais e ator coadjuvante, deve concorrer também a figurino, direção de arte e categorias semelhantes.
2 - True Grit. Se o anti-western No Country For Old Men ganhou quatro Oscars, incluindo melhor filme, o que acontece quando os Coen filmam um western clássico? Eu aposto em prêmios, muitos prêmios. O elenco é muito bom. Inclui, além do último premiado Jeff Bridges, o impávido e eternamente tosco Josh Brolin - a meu ver, em seu habitat natural, o western - e Matt Dammon. Fotografia nas mãos do oito vezes indicado Roger Deakins. Não sei se estou exagerando, mas acho muito difícil esse filme não receber ao menos meia dúzia de indicações.
3 - The Tree of Life. Terrence Malick é um mistério. Pode fazer um monumento visual como The Thin Red Line, pode fazer um filme esquecível como The New World. Agora, ao que parece, está evitando ao menos um dos erros cometidos no último filme: elenco. Em vez do fraco Colin Farrel, Malick escalou Sean Penn e Brad Pitt, juntando qualidade dramática e carisma. Como Malick escreveu o roteiro, também podemos esperar indicação nessa categoria, além da já esperada aula de fotografia e consequente indicação.
4 - The Conspirator. Robert Redford dirigiu apenas um filme memorável, Ordinary People, 30 anos atrás. Por que então aposto nesse projeto? Bom, Redford escolheu um belo elenco, liderado por James McAvoy (Last King of Scotland, Atonnement), além de Tom Wilkinson, Kevin Kline e a jovem e competente Evan Rachel Wood (seriado True Blood, The Wrestler, Across the Universe). A história também promete, pois trata de nada mais nada menos que o assassinato do presidente Abraham Lincoln, o que já garante antecipadamente a atenção e publico e mídia americanos, independente de sua qualidade.
5 - The Way Back. Primeiro filme dirigido por Peter Weir desde Master and Commander, de 2003, que foi indicado a dez Oscars e faturou dois. A Academia adora filmes épicos sobre guerra, especialmente II Guerra Mundial. O filme trata disso: a fuga de soldados de um gulag na Sibéria durante a II Guerra Mundial. Um assunto de interesse da Academia com um diretor que sabe fazer um filme de guerra. Além disso, o elenco é bom: Colin Farrell (a meu ver, o calcanhar de aquiles do filme), Ed Harris, Jim "Across the Universe" Sturgess e a menina Saoirse Ronan. Peter também escreveu o roteiro, ou seja, deve concorrer nessa categoria também. A fotografia ficou com Russel Boyd, que ganhou o Oscar da categoria por Master and Commander. O único ponto negativo é o fato de o filme tratar de russos (nem sempre isso faz sucesso nos EUA, vide Enemy at the Gates) e de a história ser um grande hoax. Isso mesmo. Há alguns anos, descobriram que o autor do livro que inspirou o filme nunca participou de fuga nenhuma, tendo inventado tudo. Mas, bom, ficção por ficção, isso é Hollywood, certo? Veremos.
6 - The Kids Are All Right. A comédia alternativa do ano. Ao menos é o que crítica, mídia e produtores e distribuidores (esses, principalmente) esperam. Senão vejamos. Fez imenso sucesso em Sundance esse ano. Como Little Miss Sunshine. Será lançado no meio do verão americano. Como Little Miss Sunshine. Trata de uma família esquisita. Como Little Miss Sunshine. Tem um elenco excelente: Annette Benning, Julianne Moore, Mark Ruffalo e a jovem Mia Wasikowska. Como Little Miss Sunshine! Só falta saber se o filme conseguirá resistir ao próprio hype e, claro, ao lançamento prematuro, seis meses antes da temporada de prêmios. Eu aposto em indicações também para roteiro, direção e atores - Ruffalo e Mia.
7 - Another Year. Nos últimos 15 anos, Mike Leigh dirigiu seis filmes. Quatro deles receberam indicações ao Oscar. A lição é: quando Mike Leigh lança um filme, a Academia prestará bastante atenção. Além disso, Leigh escreve o roteiro desse filme - indicação quase certa. E, para não correr riscos, Leigh escalou Imelda Stauton e o já oscarizado Jim Broadbent para os papéis principais. Que Another Year terá indicações, acho que ninguém em sã consciência duvida. Talvez não de melhor filme - mas eu aposto nela.
8 - Jane Eyre. O site IMDB afirma que o filme será lançado em 2011. Eu acho que poderemos ter uma surpresa e, na dúvida, ponho o filme aqui. O problema aqui é que a distribuidora, Focus Features, não tem nenhuma aposta segura para melhor filme em 2011, a não ser a comédia The Kids Are All Right, que, como eu disse, é uma comédia, ou seja, pode até ser indicado, mas ganhar são outros dobrões. Se Jane Eyre sair a tempo, é indicação garantida e chances reais de ganhar. Senão, vejamos: O filme é uma adaptação de um clássico da literatura inglesa. A principal produtora é a BBC, que raramente erra em suas adaptações. O elenco traz não só a promissora Mia Wasikowska, como Dame Judi Dench, Jamie "Billy Elliot" Bell e Sally "Happy Go Lucky" Hawkins. E é dirigido pelo super-hypado Cary Fukunaga, que ganhou Sundance e mais meia dúzia de prêmios em 2009 com o seu primeiro longa, o drama Sin Nombre. Se Jane Eyre sair em 2010, veremos ele no Oscar 2011.
9 - Toy Story 3. Isso mesmo. Mais uma vez, um desenho animado concorrendo a melhor filme. Estou arriscando demais? Talvez. Mas o filme tem credenciais para tanto. Seu diretor, Lee Unkrich, esteve a frente de Toy Story 2, Monsters Inc. e Finding Nemo. O roteirista, Michael Arndt, ganhou Oscar por Little Miss Sunshine em 2007. E... é o único, isso mesmo, único lançamento da Pixar em 2010 - a multivencedora produtora de desenhos está apostando simplesmente tudo nele. O filme certamente ganhará melhor animação e pode concorrer a roteiro e direção. Mas aposto também em indicação para melhor filme. Alguém se habilita a apostar contra?
10 - Inception e Never Let Me Go. Eu sei, estou trapaceando. Mas esse embate define bem o tipo de Oscar que teremos em 2011. Warner Bros. Pictures vs Fox Searchlight. Uma, acostumada a blockbusters, outra, conhecida por vender agressivamente filmes mais alternativos. Inception será lançado no verão americano, ponto contra. Mas é dirigido pelo excelente Christopher Nolan, em seu primeiro projeto desde Dark Night. E, bom, conta, em seu elenco, com Leonardo DiCaprio, Marion Cotillard, Michale Caine, Tom Berenger, Joseph Gordon Lewitt. Cada vez que olho esse elenco, tenho arrepios por não ter incluído nem unzinho deles em minha lista. Never Let Me Go, por sua vez, é o segundo filme do diretor Mark Romanek, que estreou com o esquecível One Hour Photo. Mas é a adaptação de um romance de Kazuo Ishiguro, que concorreu a inúmeros prêmios à época de seu lançamento e foi considerado melhor romance de 2005 pela Time. O elenco, em sua maioria feminino, também impõe respeito: Carey Mulligan, Sally Hawkins, Keira Knightley, Charlotte Rampling. Se o Oscar continuar a atual tendência em apostar em filmes mais autorais, teremos Never Let Me Go entre os indicados. Se ceder à pressão dos grandes estúdios, Inception ganha a vaga.
Gostaram da seleção? Discordam? Concordam?
Para vocês terem outra opinião, recomendo o blog de Chico Fireman. Chico fez uma ótima seleção para o Oscar 2011, ligeiramente diferente da minha. Dêem uma olhada.
Oscar 2011 - parte três
Melhor Ator: O Rei e o Resto
Agora a situação começa a se complicar por aqui. Existem duas dúzias de filmes com bons atores sendo lançados esse ano, todos com chances de beliscar algum prêmio. Numa primeira tentativa, selecionei 30 nomes com potencial de concorrer a melhor ator principal ou coadjuvante em 2011. 30? Isso não é previsão. Separei daqui, cortei dali, enxuguei, abandonei nomes de peso e fiquei com a lista que segue abaixo. Para se ter uma idéia, cortei nomes como Leonardo DiCaprio, Ed Harris, Johnny Depp, James McAvoy, Sam "Avatar" Worthington, Jake Gyllenhaal, Russel Crowe, Javier Bardem e por aí vai.
De todos os nomes, o único que posso garantir presença na categoria melhor ator principal é Colin Firth. Formado nos palcos londrinos, Firth demorou para conseguir bons papéis em Hollywood. Agora, prestes a completar 50 anos, consegue estrelar três bons filmes seguidos: A Single Man, que lhe garantiu um indicação esse ano; Main Street, a ser lançado esse ano; The King's Speech, projeto talhado para ganhar inúmeros prêmios.
Além de Firth, o jogo está completamente aberto. A seleção que segue é muito mais incerta que a seleção feminina que fiz no post anterior (que, tenho certeza, vou acertar muita coisa). Posso errar todo o resto? Posso. Mas, quem sabe, meus poderes proféticos me ajudam. Vamos lá.
1 - Colin Firth. The King's Speech. Como eu disse, a única barbada da temporada. Colin fará o próprio Rei George VI, que contrata um especialista em oratória para superar sua fobia de falar em público. Uma megareconstituição de época, dirigida por Tom Hooper, que ganhou tudo e mais um pouco com a série para TV John Adams em 2008. E o filme será lançado no final de novembro, timing perfeito para entrar na corrida pelo Oscar.
2 - Geoffrey Rush. The King's Speech. Se uma produção quer ser levada a sério, escalam Geoffrey Rush no elenco. O australiano é sinônimo de boa atuação. Nessa reconstituição de época, Rush fará o especialista em oratória. Difícil não brilhar. Jogo minhas fichas em sua indicação para coadjuvante.
3 - Robert Duvall. Get Low. O nome mais falado no início do ano para concorrer ao Oscar 2011. Na verdade, o filme já estava pronto ano passado mas não foi lançado. O grande risco que Duvall corre é o do esquecimento. Seu filme será lançado em junho, no início do verão americano, a meses de distância da temporada de prêmios - filmes com chances de Oscar costumam ser lançados pelas distribuidoras no final do ano. Veremos se o velho Duvall tem fôlego.
4 - James Franco. 127 Hours; Howl. O segundo nome mais falado da temporada. James Franco é a estrela solitária desse filme, que conta a estória de um alpinista que sofre um acidente em uma escalada e recorre a medidas extremas para conseguir sobreviver. O primeiro projeto de Danny Boyle desde o multivencedor Slumdog Millionaire. Curiosamente, Slumdog ganhou tudo no Oscar em 2009, mas seus atores não foram indicados. Será que Boyle quer provar algo, dirigindo um filme de um homem só, seco, duro e sem a purpurina de Bollywood? Esse ano Franco também está em Howl, filme-cabeça em que interpreta o poeta beat Allan Ginsberg, além de três outros filmes que serão lançados no verão americano, como a comédia romântica Eat Pray Love, encabeçada por ninguém menos que Julia Roberts. Franco tem feito tudo certinho em sua carreira, alternando blockbusters e filmes mais independentes, em que pode mostrar suas habilidades de bom ator. Veremos se será recompensado em 2011.
5 - Josh Brolin. True Grit; Jonah Hex; You Will Meet a Tall Dark Stranger; Wall Street: Money Never Sleeps. Não gosto de Brolin, um ator limitado e inexpressivo. Mas parece que a Academia gosta de sua atuação, digamos, minimalista, e do jeito cowboy tosco de ser do ator. Curiosamente, dois dos quatro filmes que Brolin estrela esse ano são westerns, um deles simplesmente feito para a glória: True Grit, o novo filme dos irmãos Coen, regravação do western de 1969 que rendeu o único Oscar da carreira de John Wayne. Além disso, Brolin está no novo filme de Woody Allen (You Will Meet...) e no novo filme de Oliver Stone (Wall Street). Participando de projetos de três grandes diretores - trato os irmãos Coen como uma pessoa só -, acho difícil Brolin não descolar uma indicação, ao menos de coadjuvante.
6 - Jeff Bridges. True Grit. Pois é, Bridges fará exatamente o papel que deu o Oscar de ator principal a John Wayne. Bridges volta a ser dirigido pelos Coen, parceria que no passado deu origem ao sensacional The Big Lebowski. O Dude não poderia ter escolhido projeto melhor para amarrar seu cavalinho. Agora corre sérios riscos de disputar a estatueta com Colin Firth de novo, como em 2010. Só não sei se leva.
7 - Tom Wilkinson. The Conspirator; the Debt; the Ghost Writer. Wilkinson está em meia dúzia de filmes em 2010 - escolhi apenas três para citar aqui. O ator vem merecendo um oscarzinho desde The Full Monty. Wilkinson não tem papel de destaque em nenhum dos três filmes citados, o que facilita sua indicação para coadjuvante.
8 - Mark Rufallo. The Kids Are All Right; Margaret; Shutter Island; Sympathy For Delicious. Já passou da hora de a Academia reconhecer as qualidades de Ruffalo e promovê-lo ao primeiro escalão de Hollywood. O ator vem ganhando paulatinamente reconhecimento e valor entre seus pares, mas ainda não conseguiu uma indicação ao Oscar. Presente em quatro filmes esse ano, talvez agora consiga. Mas nem tudo são flores em sua corrida para uma indicação. Ele está excelente em Shutter Island, mas o filme foi lançado em fevereiro, longe, muito longe da temporada de prêmios, que só começa no final do ano. Symathy For Delicious é um projeto dirigido e estrelado por Ruffalo e que lhe rendeu prêmio de melhor ator em Sundance esse ano, mas certamente terá distribuição reduzida. Sobra a comédia romântica The Kids Are All Right, que tem grande potencial (falarei mais sobre ele em breve) mas com distribuição prevista para o verão americano - mais uma vez, o problema da distância - e Margaret, que ainda não tem data para ser lançado esse ano. Que os deuses do cinema ajudem Rufallo, porque o calendário de lançamentos certamente não vai.
9 - Sean Penn. The Tree of Life. Penn não gosta da Academia, mas a Academia adora ele. Já ganhou dois Oscars de melhor ator principal nos anos 2000. Se ganhar mais um na mesma categoria, quebrará o recorde da Academia. Por isso mesmo, acho que tem mais chances de ser indicado a coadjuvante. O filme é dirigido e escrito por Terrence Malick, ou seja, falerei dele mais tarde, na seleção dos melhores filmes do ano.
10 - Brad Pitt. The Tree of Life. Não, não me enganei. Pitt pode sim receber uma indicação, provavelmente por coadjuvante. Afinal, é um filme de Malick. Além disso, a Academia gosta dele e quer premiá-lo. Não sei se esse é o projeto certo para que isso aconteça, mas uma indicação pode acontecer.
domingo, abril 25, 2010
Oscar 2011 - parte dois
Melhor Atriz: o Fator Streep-Dench-Winslet
Nos últimos doze anos, três atrizes têm surgido entre os nomes indicados para a categoria principal ou para coadjuvante com uma constância que impressiona. Meryl Streep foi indicada seis vezes; Judi Dench, seis vezes; Kate Winslet, cinco vezes. Desde 1998, apenas dois anos não tiveram a presença de nenhuma das três atrizes no Oscar, 2004 e 2008.
Existem outras boas atrizes com várias indicações no mesmo período, como Cate Blanchett (quatro vezes) ou Helen Mirren (três vezes). Mas a verdade é que nos acostumamos a ver as três atrizes sentadas no auditório do Kodak Theater concorrendo a algo.
Em 2011, porém, é provavel que nenhuma delas esteja lá.
Streep está descansando. Winslet está envolvida com duas pequenas comédias e uma série de TV. Apenas Judi Dench tem um projeto de peso em andamento: uma adaptação de Jane Eyre, romance de Charlote Brontë. Mas é difícil que o filme fique pronto em 2010. Mesmo assim, colocarei o nome da Dame entre as possíveis candidatas. Um clássico da literatura inglesa, reconstituição de época... seguro morreu de velho.
1 - Judi Dench. Jane Eyre. Como disse acima, o que Dench toca vira ouro. Se o filme for lançado a tempo, Dame Dench estará lá novamente, provavelmente entre as coadjuvantes.
2 - Helen Mirren. Brighton Rock; The Debt; Love Ranch; The Tempest. Dame Mirren é certamente uma das melhores atrizes em língua inglesa da atualidade e estará em cartaz em seis filmes ao longo de 2010. Isso mesmo. Escolhi apenas os quatro com mais chances. Por qual filme ela será indicado, não tenho a menor idéia. Mas, com um Oscar já ganho, duas Palmas de Ouro, três Globos de Ouro, não sei quantos BAFTAs, é virtualmente impossível ela não ser lembrada por pelo menos um dos filmes de 2010.
3 - Hilary Swank. Betty Anne Waters. A menina de ouro foi a nocaute ano passado, com o desastre aéreo Amelia. Mas pode se recuperar esse ano com um projeto bem ao gosto da Academia. O filme conta a história de uma mãe solteira que resolve estudar direito para servir como advogada de defesa de seu irmão, injustamente acusado de assassinato. Não parece puro ouro? O único senão é o diretor do filme, Tony Goldwyn, ator fraquíssimo e diretor medíocre. Caberá à Swank convencer a todos nós que não é ouro de tolo (sinceramente, de todas as indicações aqui, é a que eu tenho menos convicção).
4 - Imelda Stauton. Another Year. A atriz mais feia da Inglaterra já merecia um Oscar por Vera Drake, quando perdeu pra menina de ouro aí de cima. Agora volta com mais um dramalhão de ninguém menos que Mike Leigh, o diretor que faz todo mundo chorar. Leigh é um diretor de atores de mão cheia, e Stauton uma excelente atriz. Deve conseguir uma indicação.
5 - Helena Bonham Carter. The King`s Speech; Alice in Wonderland. Uma das melhores atrizes de sua geração, Helena se casou com Tim Burton e se especializou em personagens freaks. Uma pena. Dessa vez, pode ter chance com o papa-Oscar The King`s Speech (falo dele em breve), em que fará a rainha Elizabeth. Será que finalmente teremos a eterna noiva do Frankenstein subindo no palco do Kodak Theater? Quem sabe. Ao menos uma indicação por coadjuvante acho que ela ganha.
6 - Anne Hathaway. Love and other Drugs. Desde Brokeback Mountain, Hathaway vem experimentando papéis mais interessantes. Com isso, conseguiu uma indicação com Rachel Getting Married em 2009. Agora volta a fazer par romântico com Jake Gyllenhaal, numa comédia-dramático-romântica (pois é...) do excelente diretor Edward Zwick (Glory, Legends of the Fall, Blood Diamond). Detalhe, o personagem dela tem Parkinson, e, todo mundo sabe, a Academia adora esses toques dramáticos. Não deve ganhar, mas uma indicação é possível.
7 - Carrey Mulligan. Never Let Me Go. A nova queridinha de Hollywood será indicação certa no Oscar 2013 com o projeto de regravar My Fair Lady - sim ela fará Eliza. Mas, bom, ainda estamos falando de 2011. Para esse ano, Carrey só tem chances com o filme citado, uma adaptação de uma novela de Kasuo "Remains of the Day" Ishiguro - mais um ponto positivo (falarei do filme em breve). Com diversos papéis fortes femininos, existe ainda a possibilidade de o filme emplacar mais de uma atriz nas indicações.
8 - Keira Knightley. Never Let Me Go; London Boulevard; Last Night. Keira conseguiu bons papéis dramáticos em três filmes que saem esse ano. Ao que parece, estão apostando nela. Sei que ela não é nenhuma Brastemp, mas eu aposto nela também. Em London Boulevard, ela contracena com Colin Farrel; em Last Night, com Sam "Avatar" Worthington. Mas talvez ela seja lembrada mesmo por Never Let Me Go - dos três, o filme mais aguardado e que vêm gerando mais expectativas.
9 - Aronofsky girls de Black Swan. Darren Aronofsky já mostrou que sabe tirar sangue de seus atores até conseguir atuações primorosas, sejam homens ou mulheres. Foi assim com Ellen Burnstyn em Requiem for a Dream, foi assim com Mickey Rourke em The Wrestler - e os dois foram indicados a melhor ator/atriz principal. Em Black Swan, Aronofsky escalou três mulheres para papéis fortes: Mila Kunis, Natalie Portman e Winona Ryder. Natalie é, de longe, a melhor atriz, mas Darren também já mostrou que consegue resgatar ovelhas negras - e Wynona é uma. Já Kunis, bom, ela é uma gracinha e isso já basta, mas, quem sabe, Darren nos mostra que ela também sabe atuar.
10 - Mia Wasikowska. Jane Eyre; Restless; The Kids are All Right; Alice in Wonderland. Se Mila é apenas um rostinho bonito, Mia, por sua vez, já mostrou a que veio. Descoberta na surpreendente série In Treatment, Mia vai aparecer em dois e, possivelmente, quatro filmes em 2010. Continuo achando difícil Jane Eyre ficar pronto a tempo, tampouco Restless, o novo filme de Gus Van Sant. Mas Mia está nos dois. E com o papel principal. Impressiona a ousadia dos projetos em que essa menina de 20 anos vem se metendo: um clássico da literatura infantil dirigido pelo louco Burton; um clássico da literatura inglesa; dois filmes de diretores bem alternativos. Vale a pena prestar atenção nela. E, se Restless e Jane Eyre não ficarem prontos a tempo, já tenho o primeiro nome para o Oscar 2012.
Oscar 2011 - parte um
Nove Meses
Quem já passou por aqui sabe a fixação que tenho pelos Academy Awards. Oscar é coisa séria lá em casa. Quem não sabe, pode dar uma lembrada em como foi o Oscar 2008 na pequena cobertura que eu fiz à época. Das oito categorias principais - melhor filme, diretor, roteiro adaptado, roteiro original, ator, atriz e coadjuvantes - acertei todas as minhas previsões.
Mas, bom, as previsões aconteceram alguns dias antes da festa. Comecei a me perguntar se teria a mesma destreza com certa antecedência. Antes dos candidatos do ano serem anunciados, quem sabe? E antes dos prêmios secundários, da chamada temporada de prêmios, que começa no final de dezembro, seria possível? Vocês sabem que o mapa da mina para saber quem tem chances no Oscar é ver quem faz bonito nos Guild Awards - Actors, Directors e Producers - e no Globo de Ouro.
E se eu fosse ainda mais radical? E se desse a minha lista de apostas antes mesmo de os filmes serem lançados? Antes mesmo de saber SE serão lançados? E se eu apresentasse minha lista nove meses antes de os indicados serem anunciados, como um verdadeiro futurólogo deve fazer? Como se dissesse para uma mulher desconhecida no meio da rua que em nove meses ela seria mãe? Teria eu alguma chance? O desafio me pareceu interessante.
Há dois meses, a Academia já anunciou a data da Cerimônia do próximo Oscar: Dia 27 de fevereiro de 2011. Os candidatos serão anunciados um mês antes: 25 de janeiro de 2011.
Nos próximos posts, jogarei os dados. Apresento a vocês minhas apostas para melhor filme e melhores ator e atriz. Calma, não serei tão acurado como em 2008. Dessa vez, farei uma seleção de dez filmes que, a meu ver, têm chances de estar entre os dez indicados em 25 de janeiro ou grandes chances de receber múltiplas indicações (embora não necessariamente melhor filme). Não esqueçam que desde 2010 os indicados para melhor filme aumentaram para dez. Farei também uma seleção de atores, mas, como os filmes sequer foram lançados, não sei o tamanho e a importância dos papéis, ou seja, não sei se serão indicados a melhor ator principal ou coadjuvante.
Mesmo que eu erre, a brincadeira será divertida e pode servir de agenda aos incautos que passarem por aqui em relação aos bons filmes que deverão aparecer em terras tupiniquins esse ano e no início de 2011.